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Os homens são de aço, os barcos de carbono

sábado, 8 agosto, 2009 @ 12:07 am

Rolex Fastnet Race

O manza Murillo Novaes noticiou em sua newsletter e eu passo adiante na base do control+C e control+V:

Neste domingo, dia 9 de agosto, acontece a 43ª edição da tradicionalíssima Fastnet. Desde 1925 a regata de 608 milhas entre o sul da Inglaterra e a rocha que tem o farol homônimo, no sul da Irlanda, é sinônimo de marinharia, bravura e aventura.
Como parte do circuito Rolex de vela, a prova tem, no máximo 300 inscritos e uma fila de espera que chega a mais de 50 barcos, sem contar os 10 Open 60’ que correm por fora. Em 2009 se lembram os 30 anos da fatídica regata de 1979, quando 19 velejadores (15 participantes e 4 espectadores de um multicasco) perderam suas vidas quando uma megatempestade se abateu sobre a flotilha naquela que foi, seguramente, a maior tragédia da história da vela esportiva.
Durante a Semana de Cowes será celebrada uma missa na ilha de Wight em memória das vítimas e em agradecimento a maior operação de resgate realizada na Europa no pós guerra, quando apenas 85 barcos, dos 303 que largaram, conseguiram completar a prova. Assim mesmo porque os mais velozes, como o vencedor à época, o Tenacious, do fundador da CNN, Ted Turner, acabaram voltando ao abrigo do canal da mancha antes do pior do mau tempo. Sinistro!
Neste clima de nostalgia e respeito, nosso comandante-em-chefe Torben Grael, vai estar a bordo do STP65 Luna Rossa, para tentar colocar mais esta estrelinha no currículo já absolutamente estelar.

Contrariando o titulo acima, a Rolex Fastnet Race, organizada pelo Royal Ocean Racing Club, é um dos poucos eventos náuticos em que amadores, competindo com a nata da vela internacional, têm uma chance real O farol de Fastnet ao pôr-do-sol © Divulgaçãode vitória com barcos “normais”. Nesse mundinho cercado de pseudo-seguranças em que vivemos, onde as pessoas são avessas a riscos, é uma chance de ver homens e mulheres lutando contra os elementos. Se bem que as previsões para este ano são de ventos fracos como na maioria das outras edições, mas, como lembrou Chris Sherlock, do ICAP Leopard, o verão inglês é sempre cheio de surpresas.

A flotilha larga de Cowes, na Isle of Wight, arrodeia o farol de Fastnet Rock e volta para Plymouth. Estas 608 milhas são um teste para a marinharia de cada um dos 2500 marujos inscritos. Depois do fim do mundo, ou Land’s End, no sul da Inglaterra, é o mar aberto. O farol de Fastnet, uma torre de concreto com 54 metros de altitude fincada numa rocha na posição 51°23.3’ N com 009°36.1’ O, é conhecido como a “lágrima da Irlanda”, porque era ultima visão de terra para os emigrantes que velejavam © OC Technologypara a América.

Cada um dos barcos inscritos vai levar um rastreador OC Tracker que manda a posição, velocidade e rumo em intervalos predeterminados pela organização da regata, que, a cada meia hora, mostra um gráfico com a posição real do barco (e também no tempo corrigido!). Legal, né? Fique ligado: os mais rápidos devem chegar na terça-feira 11 e todos devem estar no Sutton Harbour, no centro histórico de Plymouth, na sexta-feira.

Curiosidades:

O Luna Rossa, com Torben no leme, ficou em segundo na Classe IRC-O na Semana de Cowes, que funciona como um warm up para a Fastnet.

Quer correr a Fastnet virtual? Vá lá na VirtualRegatta.com.

Até agora só três comandantes foram “fita-azul” e ganharam também no tempo corrigido: o francês Éric Tabarly em 1967, o australiano Syd Fischer em 1971 e o americano Ted Turner em 1979.

6 Comentários leave one →
  1. sábado, 8 agosto, 2009 @ 5:52 am 5:52 am

    O livro que tenho em casa e que não recordo o nome, foi escrito por um dos tripulantes do veleiro e perdeu 2 dos amigos. Foi abandonado á sua sorte pelos colegas que julgavam que tambem estaria morto. È um relato impressionante de sobrevivencia sem fazer muito por isso, ou seja, num estado depressivo caótico ,como é possivel que tenha sobrevivido e o barco não tenha naufragado. Se alguem tiver algum interesse em sabêr o nome e autor do livro, eu escrevo aqui, está em Português.

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    • domingo, 9 agosto, 2009 @ 3:14 pm 3:14 pm

      Conde,

      O livro que conheço, e não li ainda, é Fastnet, Force 10, de John Rousmaniere (em inglês). Talvez o que você está falando seja: Left for Dead: The Untold Story of the Tragic 1979 Fastnet Race de Nick Ward e Sinead O’Brien.

      Em mais um serviço do MaraCatu Weblog, te proponho uma troca: você me manda o seu livro e eu lhe envio A 3a Volta ao Mundo do Veleiro Três Marias de Aleixo Belov, na minha humilde opinião o melhor dos 5 livros que o velho lobo do mar já escreveu. Você vai sair ganhando, pois o meu pesa quase ½ quilo e é novo (ele me deu para presentear algum amigo).

      Se topas vamos trocar endereços por e-mail privado, mas com uma condição: vais ter que escrever uma resenha para publicar aqui. Que tal?

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  2. domingo, 9 agosto, 2009 @ 4:33 pm 4:33 pm

    Qual é o assunto da resenha?.

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    • domingo, 9 agosto, 2009 @ 8:36 pm 8:36 pm

      Conde,

      O livro, oh pá!
      Resenha é uma crítica. Vais ler o livro e escrever sobre o que achastes. Como farias conversando com amigos sobre um filme ou uma peça de teatro. Não é uma tese de mestrado, exerça seu poder de síntese, pois leitores de blogs não aguentam (agora sem trema, ehehehe) posts longos.
      Bons ventos sempre,

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  3. segunda-feira, 10 agosto, 2009 @ 6:00 am 6:00 am

    OK…..sabia lá que uma resenha é uma critica, está bem, vou ter que ler o livro novamente!.

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    • segunda-feira, 10 agosto, 2009 @ 9:56 am 9:56 am

      Conde,
      A critíca é sobre o livro do Aleixo que vou te mandar, vai ser legal uma visão “de fora” das peripécias vélicas do ucraniano-baiano.
      Aguarde e-mail privado solicitando endereço para remessa.
      Bons ventos sempre,

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