Mar Negro 2011 – Estamos em Odessa

Atingimos o extremo leste europeu, daqui o Fraternidade volta pra casa. Desde ontem às oito da matina estamos no Odessa Yacht Club, que apesar do nome é uma marina particular, na Ucrânia, a terra onde meu comandante Aleixo nasceu (que por sinal está igual à pinto no lixo, feliz que só ele).

Enquanto a tripulação dava uma geral no interior do Fraternidade, fui com o meu comandante fazer os papeis. Apesar da Ucrânia já ter mais de 20 anos de independência da Rússia, parece que a burocracia ainda não foi extirpada do cotidiano. Gastamos toda a manhã preenchendo uma resma de papeis como se fossemos um navio (até o dinheiro em espécie de cada tripulante tem que ser declarado) e depois de mais de 20 carimbos, não é exagero, conseguimos dar entrada no País. As “meninas” da imigração, aduana e saúde publica nos ajudaram muito nessa tarefa entediante,principalmente pra mim que não entendia patavina do que estava sendo falando. Todas louras e decotadas, exceto as da Marinha que portavam até uma pistola na cintura, foram de uma simpatia extrema.

Mesmo depois de uma noite com apenas duas horas de sono, não pelo tempo que foi sempre bom, mas pela atenção com o tráfego de navios que é intenso, fomos estirar as pernas caminhando até a famosa Rua Deribasovskaya. Já noite parece um formigueiro de gente bonita. As mulheres são vistosas, se vestem sensualmente (ou será que me acostumei com a insossa moda turca?), usam minissaias minúsculas, roupas transparentes ou com umbigos de fora. Um colírio para os olhos cansados de ver só mar. E pra molhar a goela, tem trocentros barzinhos espalhados pelas calçadas e quiosques praticamente em cada esquina vendendo artigos de primeira necessidade: saquinhos de tira-gosto, cigarro e cerveja gelada. Que bom chegar a um país não mulçumano, ou como me contento com pequenos prazeres…

Subi esbaforido os 192 degraus (não é exagero, eu contei!) da famosa escadaria em frente à marina, que aparece na foto que abre este post e foi imortalizada no filme Encouraçado Potemkin de Sergei Eisenstein. Enquanto parava pra ver a vista e recobrar o fôlego, prestava atenção aos ambulantes com animais que, em troca de uns trocados, eram usados em fotos com os turistas. Havia macacos, um calango muito colorido, coruja, uma águia das grandes e, acredite, até um jacaré. Aqui não existe Ibama, pelo menos assim parece.

Gostei do que vi neste primeiro passeio, que serviu pra sentir o pulso do lugar. Vamos ficar aqui um bom tempo e terei muito o que explorar. Enquanto batuco este post no lepitópi, o tripulante Lito avisa que a feijoada tá pronta. Oba! Vou ali e volto já.

Quer saber ôncotô? Joga lá no Google Maps as coordenadas 46º 29.567 N – 030º 44.966 E pra sabe onde fica.