Pular para o conteúdo

Ponto turístico em João Pessoa

quinta-feira, 5 agosto, 2010 @ 12:10 pm

Despedida no Mangai de Natal

Tem uma musica de Sivuca, o maestro da sanfona brasileira, que começa assim:

Fumo de rolo, arreio e cangalha
Eu tenho pra vender, quem quer comprar
Bolo de milho, broa e cocada
Eu tenho pra vender, quem quer comprar
Pé de moleque, alecrim, canela

Tinha uma vendinha no canto da rua
Onde o mangaieiro ia se animar
Tomar uma bicada com lambu assado
E olhar pra Maria do Joá

BananaCarnauba Sivuca, que era albino como Hermeto Paschoal, fez a música Feira de Mangaio retratando a feira de Itabaiana, cidade do interior da Paraíba, onde nasceu. Também conhecida por mangai, é uma daquelas feiras livres onde se vê, se compra e se vende de tudo um pouco: bicicleta velha, verduras, rapadura, frutas, roupas, cordel, animais e o que mais você puder imaginar.

Nos idos de 1 989, Dona Parea trazia rapadura de sua terra natal, Catolé do Rocha, para vender em feiras livres em João Pessoa. Querendo montar sua própria “bodega”, ouviu da mãe: “Não criei minha filha pra ser Mangaieira”. Mangaieira, como se ouve na musica, é a pessoa que trabalha na feira. Dessa conversa surgiu o nome do Restaurante Mangai.

O Mangai de Natal é um atentado da gula. O buffet impressiona: são duas fileiras de richôs com 80 receitas diferentes de comidas típicas nordestinas (numa semana servem 200 opções), um balcão com saladas e frios e duas mesas com sobremesas. Uma perdição.

Helio Lampião e Mara Bonita no MangaiO exagero já começa pelo prato, que tem o tamanho de uma roda de bicicleta aro 20’. O meu saiu com quase meio quilo, com pequenas porções de ricota catolé, gororoba de carne de charque, carne de sol com nata de leite, suvaco de cobra, queijo coalho assado e, novidade pra mim, pamonha de rico. Ainda me dei o direito a um punhado de bolacha Sapeca amanteigada, para recordar dos tempos de criança e Mara atacou uma Baba de Moça, um doce feito com lama de coco (a polpa do coco bem verdinho). Mais perdição.

Bebida alcoólica não há, só bicadas da cachaça paraibana Volúpia que está à venda na lojinha. A sobremesa fica dependurada em pontos estratégicos, aqui banana dá em troncos de carnaúba, e melhor, é à vontade e grátis! Depois de comer tanto, só senti falta do redário. Os armadores ainda estão na parede, mas o espaço está ocupado por mesas.

O Mangai deixou de ser apenas um restaurante para ser um dos pontos turísticos de João Pessoa. E está crescendo a passos largos, hoje já tem um pé em Natal, outro em Brasília e daqui a pouco tem mais um em Miami.

No comments yet

Em que você está pensando? Deixe seu pitaco.