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Quem converte não se diverte

quarta-feira, 30 setembro, 2009 @ 12:07 am

A vista de 360º do alto do Shirley Heights - Foto © Hélio Viana

A enseada de English Harbor, na ilha caribenha de Antígua, é um verdadeiro abrigo para furacões, ou hurricane hole como se diz em inglês. É um buraco sinuoso com um manguezal em quase toda a sua volta, que serve como esconderijo e abrigo dos ventos ciclônicos que assolam a cada ano, entre julho e novembro, o Mar dos Caraíbas.

Mara e o Mirabella V, com seus 247 pés - Foto © Hélio Viana Visitamos Antígua em nosso périplo com o catamarã KaKa-MauMau. Sempre quando entramos em uma enseada desconhecida, seguimos em marcha lenta, tentando aprender como o lugar funciona para escolher um bom ponto de fundeio. Em sentido contrario saia um barquinho, de capa de vela e dog house de tecido na cor vinho e uma faixa verde no casco perto do convés, que nos chamou a atenção (aqui merece um parêntese: o barquinho, aprendemos depois, era um 31 pés, mas no Caribe, depois de ver os veleiros gigantes como o Maltese Falcon e os Mirabellas, nossa percepção quanto a tamanho de barco muda Hélio em Antígua - Foto © Mara Blumerbastante. Pode fechar o parêntese).

Quando estávamos no través do tal barquinho, escutamos em alto e bom português: “vão ancorar aqui? Tem um bom lugar no fundo da enseada”. Era o Geraldo, ou Galdo, que já conhecia de uma Refeno, quando enxugamos, junto com Teco Sodré, uma garrafa da boa e envelhecida cachaça Carvalheira. Galdo comprou o Alma, um Golden Hind 31`, em Baltimore, nos Estados Unidos, e está zanzando pelo Caribe desde 2004. Hoje o Alma veleja pelo mundo com os meninos do Projeto Amices e Galdo e sua companheira Andy estão numa casa maior, o Baleeiro, um Marius Corbin 39`.

Kaka-Maumau em Antígua - Foto © Hélio Viana Ancoramos perto do Nelson’s Dockyard, onde o almirante e lenda da esquadra inglesa, Oratio Nelson, tinha sua base antes da batalha de Trafalgar. Depois de respirar um pouco de história em English Harbour, encontrei Galdo novamente em Sint Maarten. Em nossos papos e trocas de experiências, reclamei do preço da cerveja, principalmente nas ilhas francesas, e de minha limitação de só consumir uma gelada em bares na hora do happy hour, quando uma long neck (das pequenas!) custa 1 dólar. Geraldo me olha sério e do alto de sua sapiência solta esta pérola: meu caro, aqui no Caribe quem converte não se diverte.

Concordo Galdo, é melhor se ferrar por um tempo do que se arrepender pelo resto da vida.

4 Comentários leave one →
  1. quinta-feira, 1 outubro, 2009 @ 7:03 pm 7:03 pm

    Valeu Helião & Mara! Estamos lisonjeados de ler seu post. Ainda semana passada estavamos olhando seu site que por sinal está muito bem escrito e desenhado. Parabens!
    Estamos no momento no sul, Porto Alegre, cidade natal da Andy, devemos voltar ao Rio no final da proxima semana, dia 9 de outubro, onde ficaremos ate 19 de novembro antes de partir p Curacao, pegar o Baleeiro e comecar a subir as Antilhas outra vez, para trabalhar em BVI mais uma temporada, comecando em janeiro.
    Iria ser maravilhoso encontrá-los outra vez! Vamos ver se da certo.
    Abracos e tudo, mas tudo de bom nesta vida! Andy & Geraldo

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  2. quinta-feira, 1 outubro, 2009 @ 7:08 pm 7:08 pm

    O mais interessante Hélio, é que vc publicou um post, se referindo a nós, no dia do meu aniversário! Que legal..
    Obrigada pelo carinho!
    Abraços
    Andy & Galdo

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  3. quarta-feira, 7 outubro, 2009 @ 12:04 pm 12:04 pm

    Andy & Galdo,

    Bem vindos a bordo. Grato pelas palavras.

    Rapaz, que coincidência! Parabéns atrasado. Já anotei na agenda: 30 do 09.

    Mas bah tche, que tal na volta de PA fazer uma escala em Bracuhy? Aqui tem um gaucho porreta, o Webber do Acauã, e churrasqueiro de mão cheia. Prometo um churrasquinho básico com muitas cervas geladas (e das grandes!).

    Já botei um link para o blog do Baleeiro na seção Radar.

    Bons ventos sempre,

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  1. Bye Bye Galdo « MaraCatu Weblog

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