Lama, Suor e Cachaça
Quem é pego de surpresa até se assusta quando se depara com essa horda de ogros enlameados, com cabeleiras de barba de velho (um parasita de árvores), adornados com ossos, cipós ou caveiras e gritando a plenos pulmões o grito de guerra “Uga, Uga, Rá, Rá ! Uga, Uga, Rá, Rá ! Uga, Uga, Rá, Rá!!!”
Se você vai passar o carnaval em Paraty, se programe para estar no sábado às 17:00 na praia do Jabaquara. É de lá que sai o Bloco da Lama, essa tribo pré-histórica que vai em arrastão, passando pela Praia do Pontal, atravessando a ponte e entrando no Centro Histórico. A idéia é espantar os maus fluidos do carnaval com muita brincadeira e alegria. Quando não houver um só espírito negativo rondando a festa momesca de Paraty o bloco se despede em frente à Igreja da Matriz e todos voltam ao normal com um banho no rio Perequeaçú.
O Bloco da Lama surgiu em 1986, quando os amigos Lúcio, o Conga, e Nilton, notaram como estavam irreconhecíveis depois de catar umas cordas de caranguejo no mangue do Jabaquara, então resolveram chamar uns amigos para brincar carnaval assim mesmo, todos sujos de lama. A “tribo” inicial era formada por moradores de Paraty ou freqüentadores habituais. Hoje, 23 anos depois, é uma das mais populares tradições do carnaval paratiense, tem ogro de tudo quanto é canto participando e até foi tema de tese de doutorado na USP.
A lama, matéria prima do bloco, é “limpinha”. Rica em iodo e enxofre, dizem que é medicinal (apesar do odor característico). O bloco se concentrará no final da Praia do Jabaquara a partir das 12h, na Tribo da Lama. Para fazer parte do bloco é só se melar na lama, seguir o andor (quando participei era uma carroça enfeitada com caveiras de boi e puxada por um cavalo) e preparar os pulmões para o grito de guerra. Uga, Uga, Rá, Rá!
A organização avisa:
– Não se deve sujar as pessoas, carros, casas, comércios e ambulantes.
– Evite sujar pessoas que não estão participando do Bloco, organizadores, imprensa e fotógrafos.
Os brincantes levam a sério, fiz as fotos acima e sai quase ileso. Nossos parceiros na empreitada foram Chico, do veleiro Coral, e Bô. Paramos em cada barraca do caminho para molhar a goela com a boa cachaça paratiense e para preparar o espírito para a farra na lama.
Foi muito bom, eu recomendo.
um dia eu vou prometo!
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Regina,
Bem-vinda a bordo.
Vá mesmo, se gosta de festa e não tem medo de se melar, tenho certeza que não vai se arrepender.
Bos ventos sempre,
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Eu que nao vou se melar nessa festa na lama
eu nao to doida !!!
bjs
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EU ADORO SE MELAR NA LAMA
ADOROOOOOOOOOOOOOOO
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Poliana,
A lama é limpinha, não precisa ser doida pra se melar….
Andressa,
Se adora se melar, então vai gostar do Bloco da Lama.
Bons ventos pras duas, sempre.
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