A marinização da Camila – o primeiro dia
Se você chegou aqui agora é de bom tom ler o post anterior, onde explico a razão deste charter.
Depois de abastecer o Astral com os mantimentos para uma semana e de explicar o funcionamento do barco aos novos tripulantes, saímos da Marina Bracuhy por volta das 10:30 de uma nublada segunda-feira. Camila, além do diploma do Curso de Marinização de Mulher, se ela conseguir ser aprovada, já ganhou uma faixa de Miss Dálmata. Explico-me, como pode ser visto na foto abaixo, a menina já está com duas manchas rochas na perna, a maior delas adquirida na visita ao MaraCatu na noite anterior.
Iniciamos o Circuito Helena Rubinstein pelo Dentista, que na carta náutica se chama Ponta de Jurubaíba e fica na Ilha da Gipóia. Dia, hora e clima ideal para fazer um pitstop na badalada praia sem a muvuca de um fim de semana e sem queimar os neófitos charteiros, principalmente a Camila, que com sua cor de escola de medicina mais parecia uma página em branco de uma defesa de tese sobre revascularização do miocárdio.
A praia, como esperado, estava vazia. Depois de uns mergulhos naquela água clarinha, rumamos para as Ilhas Botinas, um dos cartões-postais da região, que é parada obrigatória para os turistas náuticos em Angra dos Reis. No caminho, a primeira lição: como cozinhar a bordo.
Camila estranhou o fogão que balançava em seu cardã e a potencia dos queimadores, que comparados com seu fogão quase industrial mais parecia um fogareiro a álcool. Para evitar qualquer problema de enjôo, botei o casal para trabalhar: limpar um quilo dos quatro (eu disse quatro quilos!) de camarão Vanameio 29/31 que eles importaram via aérea desde Fortaleza. Aprendi que isto significa um crustáceo da ordem dos decápodes, criado em aquacultura e com um tamanho entre 29 a 31 unidades por libra de peso, ou seja, um camarão VG de respeito – acho que a sigla se refere à Veri Grande. Veja você, charter também é cultura!
O almoço foi feito a quatro mãos. Mara também foi pra cozinha e a partir daí virou uma competição para ver quem faria o melhor almoço. Sorte minha e de Zé Epifânio, que nos refestelamos na comida e não tivemos que lavar um prato sequer.
Depois de um lauto almoço de arroz com camarão (se avexe não, a receita da Camila eu dou depois) e de outros mergulhos nas águas das Botinas, rumamos para um pernoite na Praia da Tapera, já na Ilha Grande, o nosso objetivo nesta primeira parte do charter. Agora vem o primeiro teste real na marinização da Camila: o banho frio. Um martírio, já que na saariana Fortaleza, ela não dispensa um chuveiro elétrico! Mas isso eu só conto amanhã.
Olá Mara. Tá com uma “cara” muito boa esse camarão !! Tem como exportar um pouquinho p/ Maceió ? hehehe
Maravilha de Marinização, hein ? Só luxando, camarãozinho, coisa e tal… ! Mas, quando vai ser a aula das ondas batendo no costado, numa orça “marromenos” ? hehehe
Grande abraço a todos e bons ventos.
Guilherme Araújo (de Maceió-AL).
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Olá Guilherme, não é só a cara, o gosto também estava ótimo! Melhor que exportar é fazermos juntos um igual a esse quando passarmos por Maceió, combinado? Se voce preferir, te esperamos por aqui.
Quanto as ondas batendo no costado, aqui na região de Angra é dificil, só numa entrada de frente fria, que tem sempre um lugar para se abrigar. Mas vamos com calma, isso é assunto para um curso avançado, quando a Camila já estiver marinizada e ai, com certeza, já vai curtir até uma orçca!
Bons Ventos
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Pô meu! “Marinizar”, nessa mordomia toda e, ainda, nessa paisagem, é fácil demais!!! Duro fui eu, no aperto do meu pequeno Rio 20 colocar uma mulher de 1,80m, no canal de Bertioga !!!! Tenho muito o que aprender com vcs! Bons ventos!!!!!!
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Juca,
A ideia é justamente esta: ir devagarzinho, deixando as dificuldades aparecerem aos poucos e sempre com um pouco de conforto e muito, mas muito mesmo, bom humor e auto astral.
Sei muito bem o que você está falando, também tive, e curti muito, um Rio 20.
Se ainda não leu, veja aqui:
Bons ventos sempre,
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Hélio, este seu relato com a chegada a noite na Tapera, entenda-se no restaurante dos Maias (Bar do Naude) me lembra um mês de junho, já faz um bocado de tempo, num Brasília 32′ alugado, num frio incomum para a região, sendo a primeira velejada de Débora no mar, que foi para a “bica” gelada tomar banho, ali descobri que minha marinheira havia passado no teste.
Até hoje ela lembra do banho de “batismo”.
Aquela bica não é para qualquer marinheira, isso eu garanto.
Grande abraço,
Reinaldo
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Reinaldo,
Você fez tudo errado. Podia ter traumatizado a marinheira de 1ª viagem. Nesse caso eu esquentaria água numa chaleira e ofereceria um banho morno de balde.
Mas se ela passou pelo teste, ponto pra você e principalmente pra Débora.
Bons ventos sempre,
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ow legal
gostei do post, fico esperando o próximo.
luis carlos
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luis carlos,
Bem vindo a bordo.
Como você deve ter notado, já terminei a saga da Camila.
Você pode ver todos os post aqui:
https://maracatublog.wordpress.com/?s=%22mariniza%C3%A7%C3%A3o+da+camila%22
Bons ventos sempre,
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