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A marinização da Camila – o primeiro dia

terça-feira, 25 janeiro, 2011 @ 12:32 am

Saindo da Marina Bracuhy

Se você chegou aqui agora é de bom tom ler o post anterior, onde explico a razão deste charter.

Depois de abastecer o Astral com os mantimentos para uma semana e de explicar o funcionamento do barco aos novos tripulantes, saímos da Marina Bracuhy por volta das 10:30 de uma nublada segunda-feira. Camila, além do diploma do Curso de Marinização de Mulher, se ela conseguir ser aprovada, já ganhou uma faixa de Miss Dálmata. Explico-me, como pode ser visto na foto abaixo, a menina já está com duas manchas rochas na perna, a maior delas adquirida na visita ao MaraCatu na noite anterior.

Zé Epifanio e Camila, a Miss Dálmata

Iniciamos o Circuito Helena Rubinstein pelo Dentista, que na carta náutica se chama Ponta de Jurubaíba e fica na Ilha da Gipóia. Dia, hora e clima ideal para fazer um pitstop na badalada praia sem a muvuca de um fim de semana e sem queimar os neófitos charteiros, principalmente a Camila, que com sua cor de escola de medicina mais parecia uma página em branco de uma defesa de tese sobre revascularização do miocárdio.

A praia, como esperado, estava vazia. Depois de uns mergulhos naquela água clarinha, rumamos para as Ilhas Botinas, um dos cartões-postais da região, que é parada obrigatória para os turistas náuticos em Angra dos Reis. No caminho, a primeira lição: como cozinhar a bordo.

Camila cortando os temperos

Camila estranhou o fogão que balançava em seu cardã e a potencia dos queimadores, que comparados com seu fogão quase industrial mais parecia um fogareiro a álcool. Para evitar qualquer problema de enjôo, botei o casal para trabalhar: limpar um quilo dos quatro (eu disse quatro quilos!) de camarão Vanameio 29/31 que eles importaram via aérea desde Fortaleza. Aprendi que isto significa um crustáceo da ordem dos decápodes, criado em aquacultura e com um tamanho entre 29 a 31 unidades por libra de peso, ou seja, um camarão VG de respeito – acho que a sigla se refere à Veri Grande. Veja você, charter também é cultura!

Mara e Camila na cozinha do Astral

O almoço foi feito a quatro mãos. Mara também foi pra cozinha e a partir daí virou uma competição para ver quem faria o melhor almoço. Sorte minha e de Zé Epifânio, que nos refestelamos na comida e não tivemos que lavar um prato sequer.

Depois de um lauto almoço de arroz com camarão (se avexe não, a receita da Camila eu dou depois) e de outros mergulhos nas águas das Botinas, rumamos para um pernoite na Praia da Tapera, já na Ilha Grande, o nosso objetivo nesta primeira parte do charter. Agora vem o primeiro teste real na marinização da Camila: o banho frio. Um martírio, já que na saariana Fortaleza, ela não dispensa um chuveiro elétrico! Mas isso eu só conto amanhã.

AmocoBotinas

8 Comentários leave one →
  1. Guilherme Araújo permalink
    terça-feira, 25 janeiro, 2011 @ 11:44 am 11:44 am

    Olá Mara. Tá com uma “cara” muito boa esse camarão !! Tem como exportar um pouquinho p/ Maceió ? hehehe
    Maravilha de Marinização, hein ? Só luxando, camarãozinho, coisa e tal… ! Mas, quando vai ser a aula das ondas batendo no costado, numa orça “marromenos” ? hehehe
    Grande abraço a todos e bons ventos.
    Guilherme Araújo (de Maceió-AL).

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    • sexta-feira, 4 março, 2011 @ 10:06 am 10:06 am

      Olá Guilherme, não é só a cara, o gosto também estava ótimo! Melhor que exportar é fazermos juntos um igual a esse quando passarmos por Maceió, combinado? Se voce preferir, te esperamos por aqui.
      Quanto as ondas batendo no costado, aqui na região de Angra é dificil, só numa entrada de frente fria, que tem sempre um lugar para se abrigar. Mas vamos com calma, isso é assunto para um curso avançado, quando a Camila já estiver marinizada e ai, com certeza, já vai curtir até uma orçca!
      Bons Ventos

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  2. terça-feira, 25 janeiro, 2011 @ 3:01 pm 3:01 pm

    Pô meu! “Marinizar”, nessa mordomia toda e, ainda, nessa paisagem, é fácil demais!!! Duro fui eu, no aperto do meu pequeno Rio 20 colocar uma mulher de 1,80m, no canal de Bertioga !!!! Tenho muito o que aprender com vcs! Bons ventos!!!!!!

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    • sexta-feira, 4 março, 2011 @ 9:47 am 9:47 am

      Juca,

      A ideia é justamente esta: ir devagarzinho, deixando as dificuldades aparecerem aos poucos e sempre com um pouco de conforto e muito, mas muito mesmo, bom humor e auto astral.
      Sei muito bem o que você está falando, também tive, e curti muito, um Rio 20.
      Se ainda não leu, veja aqui:

      O primeiro Barco


      Bons ventos sempre,

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  3. Reinaldo permalink
    terça-feira, 25 janeiro, 2011 @ 8:31 pm 8:31 pm

    Hélio, este seu relato com a chegada a noite na Tapera, entenda-se no restaurante dos Maias (Bar do Naude) me lembra um mês de junho, já faz um bocado de tempo, num Brasília 32′ alugado, num frio incomum para a região, sendo a primeira velejada de Débora no mar, que foi para a “bica” gelada tomar banho, ali descobri que minha marinheira havia passado no teste.
    Até hoje ela lembra do banho de “batismo”.
    Aquela bica não é para qualquer marinheira, isso eu garanto.

    Grande abraço,

    Reinaldo

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    • sexta-feira, 4 março, 2011 @ 9:51 am 9:51 am

      Reinaldo,

      Você fez tudo errado. Podia ter traumatizado a marinheira de 1ª viagem. Nesse caso eu esquentaria água numa chaleira e ofereceria um banho morno de balde.
      Mas se ela passou pelo teste, ponto pra você e principalmente pra Débora.
      Bons ventos sempre,

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  4. luis permalink
    terça-feira, 25 janeiro, 2011 @ 9:30 pm 9:30 pm

    ow legal

    gostei do post, fico esperando o próximo.

    luis carlos

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