O primeiro Barco
Tem uma música de Seu Jorge que fala do primeiro beijo, o primeiro toque, a primeira canção. Como não sei compor, vou lembrar aqui do nosso primeiro barco. Foi um Rio 20, o “Volkswagen dos mares” – como bem definiu a Mar Vela e Motor, avó da Revista Náutica -, um mini-oceano projetado por Cabinho. Mas a história começa com uma sociedade.
Os pais de Mara, já aposentados, moravam em Bracuhy e tinham um barco que só usavam durante a semana. No início da década de 80 do século passado fizemos prova de Arraes Amador (condição do Blumer para sairmos sozinhos) e fui iniciado no mundo da vela de “oceano”. Foi uma sociedade perfeita e em pouco tempo compramos a outra metade deles.
O Panzer, o valente Rio 20, nos bastava. Uma ida a Paraty ou à vila do Abraão, na Ilha Grande, era uma viagem para um feriadão. Mas sempre estávamos na água. Nossa rotina era pegar a estrada para Angra na sexta-feira à tarde e só voltar na madrugada de segunda-feira, direto para o trabalho no Rio.
Naquela época os filhos iam juntos. Nas férias sempre saíamos os cinco para um cruzeiro de mais de 30 dias. As crianças se esbaldavam em mergulhos, pescarias e brincadeiras nas praias. Quando a fome apertava fora de hora, sempre tinha um cacho de bananas amarrado no púlpito de popa. Ainda lembro do gosto do feijão que Mara cozinhava no fogão de camping e das Bohemias, “das grandes”, na geladeira de isopor embaixo da escada.
A música de Seu Jorge fala de uma separação. Nós também tivemos que nos separar de nosso querido Panzer, os filhos foram crescendo e não cabíamos mais num 20 pés. Em março de 1988 embarcamos num projeto que mudou nossas vidas: a construção do MaraCatu. Lá se vão 20 anos, mas isso é uma outra história.
Oi amigos
Lindo texto. Me lembro da viagem de férias do Taai Fung I e Panzer a Parati Mirim com as suas três crianças mais duas nossas. Lá se vão mais de 20 anos de uma bela e gostosa amizade.
beijocas
Egle mais Ivan
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Egle mais Ivan,
Como esquecer? Se vocês notarem as duas fotos do Panzer estão creditadas para o Perdigão.
Foram bons momentos: Ivan nos abastecendo de peixes recém pescados, o motor de popa pegando fogo, o banho noturno de Sininho com os plânctons na Cotia, Egle e Mara limpando uma tonelada de camarão na Ilha do Cedro e sendo comidas pelos mosquitos… Mas tudo isso é assunto para um outro post.
Realmente são mais de 20 anos de uma bela e gostosa amizade.
Bons ventos sempre,
Hélio + Mara
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Linda matéria “Pai Pai”
Estou emocionado aqui no trampo de relembrar das aventuras, dos amigos, de você e de Mara.
Cheiro Grande com muita saudade,
Pablito
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Pablito, filho querido.
Também me emocionei quando escrevi sobre nosso primeiro barco. É como aquela propaganda que diz que o primeiro a gente nunca esquece.
Hoje vamos comemorar os 20 anos do inicio da construção do MaraCatu. Se lembra? Como sempre fazíamos todas as segundas-feiras, vamos nos reunir com todo o “Sindicato Ajuricaba” no apartamento que morávamos lá em Botafogo.
Não sou masoquista, mas até gosto da saudade de você. Prova que sinto sua falta e que lhe amo.
Um grande beijo
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Que bom termos estas Lembranças. Por muitas vezes me pego viajando no Tempo, lembrando da infancia ja a bordo de minha canoa. Fico muito feliz que voce tambem nutra este Amor pelos Tempos passados mas nunca esquecidos.
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Petersen,
Como diz o clichê, recordar é viver. Sim, foram bons tempos àqueles. Mas o gostoso mesmo é resgatar estas lembranças e dividir com vocês. Muito obrigado por ter vindo, para o Encontro da ABVC no Bracuhy, de Rio 20 em minha homenagem. Valeu!
Bons ventos sempre,
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Helio e Mara,vocês não sabem a emoção que nos da em ler estas coisas,pois o mesmo já esta acontecendo conosco,e vocês sem saberem tem parte nisto ,desde que comecei a ler quase todos os dias seu blog, já se vão 08 anos desde de que fui buscar o Silencio nas Águas no Saco da Ribeira .Hoje estamos c/ o Olodum que também fomos buscar no Saco da Ribeira.Só felicidades…até um dia.abraços e bons ventos sempre Sérgio e Rita
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